quarta-feira, dezembro 19, 2007

Você Acredita em Polo Norte?


Quase todo mundo acha normal crer num Pólo Norte branquinho de neve, tranqüilão, cheio de terras congeladas no seu friozinho de até 50 graus abaixo de zero. E muitas pessoas julgam que Papai Noel só existe na imaginação das crianças, certo? Pois bem, minha árdua tarefa de hoje será mostrar que isto é um completo equívoco: o bom velhinho é real e o Pólo Norte, lenda. Quer apostar?


O Pólo Norte Geográfico não existe concretamente. O que acontece é que geralmente as pessoas confundem o pólo com um grande bloco de água flutuante, formado por congelamento no fim do outono, que fica zanzando por aquele espaço.


O pólo é um ponto invisível e imaginário sobre o mar congelado, no meio do Oceano Glacial Ártico. Não existe terra num raio de 180 milhas. O que existe como território é o Ártico - uma extensa área ao redor do pólo, delimitada pelo Círculo Polar Ártico, que inclui partes da Rússia, Escandinávia, Groelândia, Canadá e Alaska. Você já deve ter entendido que Papai Noel jamais moraria sobre uma inóspita pedra de gelo flutuante, esse tal de Pólo Norte. Então, onde ele vive? Vamos descobrir: Papai Noel é baseado numa pessoa verdadeira - São Nicolau -, um bispo de barbas brancas, caridoso e generoso com as crianças, que viveu nos idos de 1300, na Turquia.


Durante muitos anos, ele ficou esquecido, até que em 1925, após longas pesquisas em livros antigos, alguns estudiosos descobriram referências sobre um descendente de São Nicolau, descrevendo-o como "um papai que vive isolado, muito longe, rumo ao norte, no país do eterno inverno, tendo como únicos vizinhos os ursos brancos e as morsas". Dois anos depois, um programa infantil de rádio noticiou, por brincadeira, a descoberta deste local mítico: a Vila de Papai Noel ficava em Korvatunturi, um monte a poucos quilômetros de Rovaniemi (capital da Lapônia filandesa), onde abundavam as renas.


A história terminou ganhando repercussão mundial e estimulou a população da cidade a desenvolver nas décadas seguintes um verdadeiro complexo natalino, tornando realidade para todo o mundo a existência da oficina de Papai Noel e criando a tradição dele na Finlândia. Mais de meio milhão de admiradores visitam anualmente a "Aldeia de Santa Claus" de Rovaniemi, onde neva o ano todo e sempre é Natal. O Correio de Papai Noel também é um sucesso, e o velhinho costuma responder em oito línguas as cartas que lhe chegam.


O endereço é: Santa Claus Main Post Office ARTIC CIRCLE Fin - 96930

Napapiiri Finland Fax: (358) 16 356-2157



Mas nem tudo é paz e amor nessa história. Em abril de 2004, o parque teve que demitir três duendes por contenção de despesas na época de baixa temporada. Um outro problema é internacional: com o sucesso da Finlândia, outros países resolveram entrar no negócio e alegam possuir os "verdadeiros e originais" papais-noéis, interessados nos lucros que poderiam obter.


A questão é tão séria que chegou ao Congresso Mundial de Papais-noéis, que se realiza anualmente em Makken (norte de Copenhague), no mais antigo parque de atrações do mundo, criado em 1583. Mas, por enquanto, a questão continua sem solução e todos são considerados verdadeiros.Espero ter demonstrado com clareza que o Papai Noel existe e que o Pólo Norte é apenas um mito. E você? Já descobriu onde vive Papai Noel? Eu conto: é no fundo do seu coração! Que o amor e a generosidade que ele representa estejam sempre dentro de nós! FELIZ NATAL!


Notas:


1) Para acompanhar em tempo real a viagem de Papai Noel pelo mundo, acesse o site "Rastreando Papai Noel": http://www.noradsanta.org/


2) Se não dá para ir à Lapônia conhecer o bom velhinho, na colônia finlandesa de Penedo, RJ, tem a Casa de Verão de Papai Noel, com boa programação natalina- danças folclóricas, corais e procissão nórdica (Rua das Velas, 100, Pequena Finlândia, Penedo. Informações: tel. 24 3351-2002)


Mais uma do Serqueira.

Goiânia no Natal.


A Outra História do Natal.


A comemoração do Natal nos moldes atuais é coisa recente, inventada pelos norte-americanos para conter a violência original desta festa e - lógico - incrementar o comércio.


Mas nem sempre o aniversário de Jesus foi o motivo da festa em dezembro.Muito antes de Cristo, já havia na Europa mitos e rituais relacionados ao solstício de inverno. Na Escandinávia, em 21 de dezembro, era comemorado o Yule, ocasião em que os chefes de família queimavam grandes toras em adoração ao sol. Na Alemanha, honrava-se o temido deus Oden, que em seus vôos noturnos escolhia quem iria se dar bem e quem seria desafortunado no ano seguinte. Em Roma fazia-se uma homenagem - Saturnália - ao deus da agricultura. Era um mês de bacanais, comida, fartura e desregramento total. Também comemorava-se, no dia 25 de dezembro, o dia do deus Mithra, uma divindade infantil muito popular, nascida de uma pedra.


Com o advento do cristianismo, não se festejava o nascimento de Jesus, mas apenas a Páscoa ou a Ressurreição. Somente no século VI a Igreja achou conveniente instituir o feriado relativo ao aniversário de Cristo, mas havia um problema: a Bíblia não informava qual era essa data. Foi então que, apesar das referências de que o Nazareno nascera na primavera, o imperador Julius achou por bem determinar que Cristo veio ao mundo no inverno, em 25 de dezembro, e assim absorver a milenar festa pagã de Mithra, comemorada na mesma data, e os festejos libertinos da Saturnália.


Pouco a pouco, a manifestação católica se sobrepôs às demais comemorações originais por toda a Europa e, depois, no mundo. Vitória da Igreja. Mas nem sempre e nem em todos os lugares o Natal foi uma festa familiar e de paz. Na Inglaterra, no século 17, a data era sinônimo de bagunça: costumava-se eleger um indivíduo desocupado como "Lord da Baderna" e, sob suas ordens, os pobres iam às casas dos ricos para exigirem a melhor comida e bebida. Quem não fornecesse, era ameaçado e tinha sua casa atacada violentamente. Era tal o pavor das famílias com a proximidade do Natal, que a comemoração chegou a ser proibida durante vários anos pelos britânicos.


Na América, o Natal só começou a ser comemorado no século 19, época de desemprego e luta de classes, prevalecendo o violento modelo de comemoração inglês. As brigas de gangues em Nova Iorque atingiram seu auge na época natalina, levando o Conselho Municipal a criar, em 1828, a primeira força policial da cidade, que surgiu com a missão específica de combater os conflitos de Natal. Mais recentemente, atendidos os interesses católicos, o nascimento de Jesus passou a servir ao novo poder mundial: o capitalismo.


Data máxima do marketing e do comércio a partir do século 20, o Natal desde então arrasta multidões aos shoppings e supermercados, em obediência à ordem suprema da publicidade para o consumo desenfreado e irracional. A mensagem é tentadora: compre e será feliz!

Vi no Serqueira.